Os cidadãos pulavam e moviam-se estranhamente. Súbito o reporter largou o microfone, caiu no chão e começou a dançar um break. Não demorou pra que a câmera começasse a rodopiar até cair no chão; a imagem de lado continuou a mostrar os espasmos, os saltos sem sincronia, o movimento dos corpos: todos dançavam no cruzamento da Yonge com a Bloor.
- Será que é um flash mob?
- Puuuta, pode crer!
Caímos na gargalhada. Ele puxou de volta o notebook para o colo enquanto aumentava o volume da tevê.
- Que imbecil, mano.
Era isso. Provavelmente a nova ação de uma grande corporação do setor indumentário, ou de algum gigante do meio de comunicação. Mas era impressionante a qualidade da produção, ou mesmo o inesperado da inserção no meio do noticiário. Alguém bicudou a câmera, que passou a mostrar um ângulo que percorria com mais profundidade os cruzamentos seguintes. Via-se o estardalhaço a quadras de distância, até que mais um chute quebrou a lente; na tela surgiu apenas o logo da emissora.
Mudamos de canal e só vimos logos fora do ar. Finalmente, a CBC mostrava um homem corpulento de barba cúprica tampando, apavorado, os ouvidos. Atrás dele erguia-se o Eaton Center, e multidões dançavam na Dundas Street. O som da emissão era apenas um ruído, mas sua boca fazia uma mímica muito clara:
- Ear plugs! Put your ear plugs!
3.28.2010
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Cara, que doido! Já li três vezes, mas não consegui decifrar. Batata quente pro Fão!!!!!!!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRapaiz, esse blog ta fora de controle!!!
ResponderExcluirhaahahahha