6.06.2010

Capítulo 11 - Porque não?

Não, eu gritei.

Estou indo pegar minhas coisas no ônibus, vou aceitar sua carona.

Eurípedes encostou o ombro na porta do caminhão e com um aceno de cabeça concordou em me esperar.

Peguei minhas coisas rapidamente no ônibus e sai novamente em direção ao caminhão.

Chegando ao caminhão, perguntei a Eurípides se ele conhecia o homem de barba ruiva. Ele disse que não. Também tinha oferecido carona a ele e ele tinha aceitado.

Me ajeitei dentro da cabine, o homem de barba ruiva entrou e se ajeitou também enquanto Eurípides ligava o caminhão.

Depois de alguns minutos de estrada, Eurípides e eu começamos a conversar em português. Nossa, como sentia falta de poder falar minha própria língua. Não demorei muito para entender o entusiasmo de Eurípides quando falou comigo suas primeiras palavras em português.

Eurípides me dizia que já morava no Canadá a mais de 17 anos, já tinha passado por cidades como Londres, Berlin, Paris, Amsterdam e foi amarrar seu bode em Kemptville, uma cidadezinha no interior do Canadá com menos de 10 mil habitantes.

Logo fomos interrompidos pelo homem de barba nos perguntando qual era a nossa nacionalidade.

Eurípides respondeu com um ar nostálgico em sua voz. We are Brazilians.

Um comentário:

  1. Haha, ótima reviravolta! Deu vida e ousadia ao personagem, que afinal, tá se aventurando mesmo! Sentiu que o caminhoneiro era bom sujeito e decidiu escutar o coração. É a tônica da aventura, é o que deve reger mesmo.

    Curto seu estilo, a la Clarice e Saramago, de dispensar os travessões nos diálogos. Me faz pensar se essa pontuação é mesmo necessária, uma vez que não há nenhuma dúvida ou confusão nos momentos de diálogo ao longo do texto. É tudo bem claro.

    Massa, nê.

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